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A partir de Aljezur, podem explorar-se as maravilhosas praias da costa ocidental do Algarve: banhadas pelo Atlântico, oferecem muitas vezes um cenário selvagem e desértico em contraste com os areais mais quentes do Sul. As praias de Arrifana e de Monte Clérigo, de areia fina e rodeadas de penhascos, tornam-se facilmente acessíveis pela estrada mesmo a sul de Aljezur; mais a norte, na fronteira com o Alentejo, a praia de Odeceixe, perto da vila da qual tomou o nome, é abrigada, com o rio Odeceixe a entrar no mar, e uma das preferidas dos praticantes de surf.

Aljezur é uma vila pequena e tranquila, dominada por um castelo mouro do século X. Está dividida em duas partes e jaz num vale fértil cujos campos formam uma manta de retalhos de várias colheitas agrícolas. Quando os árabes construiram o castelo, várias ribeiras percorriam a área e a que corria em redor do monte era tão

larga que permitia aos barcos subirem até Aljezur. Mas as águas ficaram infestadas com mosquitos que espalharam a malária e a população teve de se mudar, criando assim outro centro. Por isso, a vila está dividida em duas partes: a Vila Velha e a Igreja Nova. Do primitivo castelo apenas restam uma cisterna e algumas torres, enquanto a igreja matriz, reconstruída após o terramoto de 1755, exibe um magnífico altar em estilo neo-clássico.



Praias

Monte Clérigo é das praias mais conhecidas do concelho de Aljezur. De areal suave e águas quentes, a gente da cidade preferiu-a durante anos como local de férias, construindo em redor casas com características de pré-fabricados. É bem abrigada do vento, tal como a Praia da Amoreira que fica no seu seguimento, separada por rochedos. À volta, estendem-se dunas de areia onde se desenvolve uma flora específica que lhe dá um colorido próprio, rico em matizes de verde, amarelo e lilás. De Monte Clérigo à Praia da Arrifana (no sentido sul), passa-se pelo Vale da Telha. Este amplo areal está protegido por falésias, destacando-se, num dos extremos, a Pedra da Agulha. Mais para Sul, as praias do Canal, do Penedo e de Vale Figueiras são pouco frequentadas e tranquilas; a Bordeira e a Praia do Amado (zona da Carrapateira) são extensas, existindo entre as duas o Pontal: falésias altas e recortadas entrando pelo mar. Para norte, as Praias da Carriagem, de Vale dos Homens e da Samouqueira são pequenas, pouco frequentadas e tranquilas. Muita delas são preferidas pelos surfistas, pelas características da ondulação.

Em toda a costa a norte de Aljezur, as falésias são altas e escarpadas, escolhidas pelos pássaros marinhos que aqui se sentem protegidos do Homem; o mar é de um azul mais profundo e misterioso e, junto às rochas, rasga-se em correntes marítimas que só os peixes sabem navegar.



Pesqueiros

Em épocas do ano que só os pescadores conhecem, passam pelas costas de Aljezur pargos, sargos, corvinas, douradas, robalos... Esta é uma zona de eleição para os amantes da pesca à cana, que escalam estes rochedos agressivos em busca de uma plataforma sólida onde possam, tranquilamente, esperar que o peixe "morda". Em certos locais, o acesso é tão difícil que se instalam cordas para ajudar na descida. A Baía dos Tiros, a Samouqueira, a Carriagem, a Pipa, a Fonte Santa, a Atalaia, o Pontal, são alguns dos pesqueiros mais conhecidos na região. No entanto, o segredo de uma boa pescaria reside, por vezes, na descoberta de um local recolhido em qualquer escarpa, longe das canas vizinhas. Nunca é demais recomendar prudência.


Locais de Interesse

Aljezur
Aljezur é uma vila pequena e tranquila, dominada por um castelo mouro do século X. Está dividida em duas partes e jaz num vale fértil cujos campos formam uma manta de retalhos de várias colheitas agrícolas.

O Castelo Erguido pelos árabes no século X e tomado aos mouros no séc. XIII foi um dos últimos castelos a serem conquistados no Algarve. Embora em mau estado de conservação, mantém a sua cerca de muralhas (séc. XIV) e duas torres. Magnífica vista panorâmica
Museus -Museu Municipal - Apresenta um vasto conjunto de peças pré-históricas, sendo o maior composto por materiais recolhidos na Igreja Nova por Estácio da Veiga e pertencentes ao Museu Nacional de Arqueologia, os quais foram depositados neste museu por protocolo entre aquela entidade e a Câmara Municipal. Trata-se de um conjunto de várias peças em pedra polida, sílex, xert, entre outros, atribuídas ao período Neolítico Final/Calcolítico. Museu de Arte Sacra - Encontra-se instalado no antigo hospital da Misericórdia de Aljezur, edificado nos finais do século XVIII, tendo sido posteriormente transformado em Lar da Terceira Idade.

Museu Antoniano - Foi anteriormente a capela de Santo António de Aljezur, construção do séc. XVII. Depois de 1809 passou a servir de habitação e em 1995 a Câmara Municipal adquiriu e restaurou o imóvel, instalando um Museu alusivo a Santo António, inaugurado em 1998. Possui imagens do santo de épocas diferentes, quadros, gravuras antigas, livros, moedas e medalhas, estampas e outras curiosidades relativas ao tema. Casa-Museu Pintor José Cercas - Por testamento lavrado em 1990 o Pintor José Cercas (1914-1992), natural desta vila, legou à Câmara Municipal de Aljezur a sua casa com todo o seu espólio, com a condição de a autarquia criar uma Casa-Museu com o seu nome. Do acervo desta Casa-Museu constam peças de louças nacionais e estrangeiras, faianças, esculturas, arte sacra, valioso mobiliário de várias épocas, quadros e desenhos da sua autoria e outras pinturas de artistas nacionais.

Igrejas - épreciso atravessar a ponte sobre a ribeira de Aljezur e percorrer a Rua da Escola para encontrar a Igreja Matriz, na zona conhecida como "Igreja Nova", virando a sua fachada ao povoado. Construída originalmente no século XVIII, tem três naves interiores. O altar-mor, de grande porte, possui uma valiosa imagem de Nossa Senhora da Alva, do século XVIII, ladeada por duas imagens do século anterior. As capelas laterais têm retábulos dos séculos XVII e XVIII, e uma pia baptismal manuelina. A Igreja da Misericórdia situa-se perto da Rua do Serro Forte. Foi reconstruída no século XVI e, de novo, após o terramoto de 1755. Conserva um portal renascentista, e foram feitas obras de recuperação recentemente. Numa das alas, funciona o Museu de Arte Sacra.
Perto, no Largo 5 de Outubro, o Pelourinho, reconstruído com elementos do século XVI, relembra a prática da justiça pública.



Bordeira
Igreja Paroquial da Bordeira - Templo possivelmente anterior ao terramoto de 1755, apresenta no seu exterior um estilo bastante simples, com um adro que se desenvolveu como um pequeno recanto na parte fronteira e, na fachada lateral, um pequeno átrio. O templo apresenta uma só torre sineira.


Carrapateira
Fortaleza e Igreja da Carrapateira - A Fortaleza data de 1673, para defesa da costa contra os corsários marroquinos e envolve a igreja já existente naquele local. A igreja é dedicada a Nossa Senhora da Conceição e é anterior a 1673, data da construção da Fortaleza.
Odeceixe
Igreja Paroquial de Odeceixe - Construída no século XIX foi inaugurada em 1880. A padroeira é Nossa Senhora da Piedade e pertencia ao padroado da Ordem de Santiago. A arquitectura é de uma grande simplicidade.
Rogil
Moinho de Arregata - Recuperado pela autarquia em 1997, também aqui é possível observar os engenhos e utensílios artesanais de moagem de cereais


Costa Vicentina Parque Natural
O Parque Natural, criado em 1995, percorre a costa desde a Ribeira da Junqueira em São Torpes (concelho de Sines) até Burgau (concelho de Vila do Bispo), passando pelos concelhos de Odemira e Aljezur numa área aproximada de 74 736 hectares, mais uma faixa costeira submarina de 2 km de largura. A sua riqueza reparte-se entre a diversidade faunística e florística, as actividades agrícolas e o património classificado (histórico, arqueológico e geológico). Em toda a área do Parque foram identificadas cerca de 200 espécies de aves, entre as quais 26 utilizam as falésias como nicho para reprodução. Na flora, das 750 plantas conhecidas nesta área, 46 são exclusivas de Portugal e é aqui que dez dos endemismos existentes são exclusivos, não se encontrando em nenhuma outra parte do mundo. Assim, apesar do aspecto humilde e desolado que apresenta a vegetação, crescem na área exemplares únicos, valiosos sob o ponto de vista botânico. Além das plantas endémicas, a flora desta zona conta ainda com 27 espécies que, embora não sejam endemismos, são raras ou muito raras e mesmo algumas delas só existem em Portugal nesta área. Algumas são plantas superiores e incluem árvores, arbustos e plantas herbáceas, mas outras são plantas inferiores, como um líquene tropical (só conhecido nas Ilhas de Cabo Verde e em Vila Nova de Mil Fontes) e um pequeno feto só existente em Portugal nas pequenas lagoas de Vila do Bispo. Esta área é também muito frequentada por várias espécies de carnívoros, como raposas, ginetos, texugos e fuínhas e mais para o interior surgem o saca-rabos, o gato bravo e o javali.



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